julho 18, 2016

Quão realista é a psicologia em “Divertida Mente”?

 Texto antigo, mas que vale a pena ler, reler e refletir.


Por Carolina Halperin, Psicóloga na Wainer Psicologia Cognitiva
Diante das várias teorias que podem ser encontradas por trás da animação Divertida Mente, um aspecto salta aos olhos dos psicólogos: a mensagem sobre a importância da congruência emocional para a saúde mental.
A cultura ocidental valoriza certos traços de personalidade e comportamentos vistos como essenciais, tais como extroversão, assertividade, eficiência e otimismo; enquanto isso, a introversão e sensibilidade são muitas vezes vistas com maus olhos. Como resultado, expressões de felicidade e otimismo são extremamente valorizadas, ao passo que expressões de tristeza e descontentamento são vistas como um problema: gera desconforto se sentir triste e/ou ver as pessoas ao nosso redor tristes.
Entretanto, nem sempre a emoção adequada às situações da vida é a alegria. Perdas, traumas, mudanças e frustrações levam as pessoas a se sentir tristes. No filme, Riley se sentia animada e assustada ao iniciar na nova escola, ao mesmo tempo em que também sofria pela vida que deixara para trás.
Se Riley se sentisse triste pelas perdas e mudanças que estava vivendo, teria passado pela experiência sem maiores consequências. O problema – delicadamente ilustrado pelo filme – foi a decisão de Alegria de que Riley deveria continuar sendo a garota corajosa e feliz que acreditava que seus pais gostariam que ela fosse. A Tristeza precisava ser isolada de sua vida, ou estragaria tudo.
Não se permitir sentir o que é normal sentir em uma situação causa problemas para todos, e não só para Riley. Ao tentar sentir algo diferente do que realmente sentimos, ou ser algo que não somos, criamos uma incongruência entre o mundo interno e o externo. No filme, a Tristeza não aceitava simplesmente ficar no círculo desenhado pela Alegria: a Tristeza sabia que era absolutamente vital para a saúde mental de Riley a longo prazo.
Alegria e os outros não entenderam isso até o final do filme, quando Alegria finalmente percebeu que Riley necessitava da Tristeza para ser congruente: sentir seus sentimentos de verdade ao invés de fingir que estava tudo bem. Ao testemunhar o poder da Tristeza de transformar a dor de BingBong (apenas sentando ao seu lado e deixando-o falar e chorar) Alegria percebeu que a Tristeza é terapêutica por simplesmente permiti-lo ser como queria ser naquele momento, o que fez com que ele logo se sentisse melhor.
A partir desde momento, Alegria passa a insistir para que Tristeza assuma o controle da situação, o que leva Riley a finalmente ter um momento de choro e desabafo com seus pais. Momento este que repara a relação da família, que finalmente pôde mover em frente em sua nova vida.
Outro ponto que merece destaque é o fato de Riley tornar-se deprimida ao longo do filme. Ela pára de interagir com amigos, deixa de lado seus valores e crenças (Ilhas da Personalidade), perde a habilidade de rir e o interesse em seus hobbies. Isto não aconteceu porque ela não estava feliz, mas sim porque ela não se permitia ficar triste quando esta era a emoção congruente com seu momento de vida. Ela não necessitava de medicamentos anti-depressivos, tampouco necessitava ser feliz novamente. Ele necessitava autorizar-se a ficar triste, o que então a permitiria sentir todas as outras emoções.
Em terapia, talvez isso não aconteça tão rápido quanto num filme de Hollywood. O fato é que, ao aceitarmos todas as emoções como parte fundamental da vida, nos possibilitamos viver todas as experiências integralmente; o que leva ao crescimento interpessoal e ao amadurecimento.

julho 14, 2016

Voltamos aos anos 80?


Hoje eu li em uma reportagem sobre a Legião Urbana, uma fala de Bonfá que me fez pensar muito:

“Está rolando um lance curioso, pois o cenário atual do Brasil está muito parecido com o dos anos oitenta, socialmente e politicamente falando, com muita coisa para mudar e muita luta ainda pela frente, então as músicas da Legião Urbana estão caindo como uma luva para o público. O Brasil está precisando de uma grande atitude de rock and roll e é por isso que estamos fazendo tanto sucesso no momento” (Marcelo Bonfá)

Eu sou uma pessoa extremamente nostálgica, daquelas que conhece a música pela época que ela fez sucesso, a moda e, ultimamente ,o momento politico. Os anos 80 foram bem difíceis, vivíamos o declínio da ditadura militar, o avanço dos movimentos por democracia e diretas já. A economia ia de mal a pior, mas a repressão era o que mais incomodava. Ouço várias histórias sobre a época e o que mais enfatizam era a censura e a repressão militar.

Hoje os tempos são outros. Vivemos uma crise econômica, advinda de uma crise politica, mas que está longe de se parecer com os anos 80. Por mais que as redes sociais tentem informar sobre uma ditadura de esquerda, não vejo ela semelhante a militar. E sim, estamos em crise. Econômica, social, política, cultural. Os valores estão deturpados, as leis burladas e vivemos um "Salve-se quem puder".

Mas entendo isso como um ciclo. Normal e necessário. Todas as sociedades históricas viveram esse movimento para se renovarem, perpetuarem, fortalecerem. É um momento de reflexão, opinião, discussão, esclarecimento. De buscar conhecer, entender, saber o que e por que está acontecendo. Não dá mais pra dizer: "Não falo sobre política!".

Mas precisamos ser conscientes. Não só cidadãos conscientes, mas ser-humanos conscientes.

Ah, o show dessa turnê da Legião Urbana foi um dos melhores que eu fui na vida!


julho 01, 2016

Pensando...

2016 tem sido uma provação!
Fui obrigada a tirar uma ano sabático, mas até que teve suas compensações.

Nunca me vi como dona de casa, daquelas tipo Amélia, sabe!? Achava que não combinava comigo. Mas ás vezes é preciso parar um pouco, prestar atenção ao seu cantinho. Mas não, não tenho vocação para a senhora do lar. Sou da rua mesmo!

Esse ano me fez rever muitas coisas. Repensei pré-conceitos que eu tinha.
Tem horas que é preciso um choque pra sair do lugar.
Mesmo eu, tão elétrica e em movimento, me pego na inércia da rotina.

Mudei de opinião.
Tomei algumas decisões.
Refiz alguns planos e abandonei outros.

E hoje me vejo aos 35 anos em uma vida que eu jamais imaginaria.

Mas eu nunca quis imaginar mesmo.

Meu signo é viver.
E viver intensamente!

Pontuando...

Tem dias que é difícil...
Difícil falar, aceitar, encarar.
O mundo corre louco e insano e quando eu paro pra respirar percebo que tudo saiu do
controle.
Mas nunca houve um plano. Nunca há.
sou muito intensa pra pensar.
Sigo minha intuição, meu coração.
Nem sempre é fácil. e cada dia fica menos fácil.